Eu quero que todos pensem
Que eu não sei de nada.
Porque na verdade eu não sei,
Eu nasci pra conhecer,
O farol que ilumina a terra,
A aquarela do entardecer,
O luar no dorso daquela serra,
Eu nasci para aprender.
Eu quero que todos pensem,
Que eu sou um nada.
Porque na verdade eu sou,
Um nada,
Que nada sem direção
E que convive com essa demanda
Que vive dizendo que manda
Nas plantas que outros plantam.
Eu quero que todos pensem,
Que o que eu penso, é penso;
Por que na verdade,
Eu ainda não conheci a verdade.
Caminho por essas faculdades
Praticando lições de convivência,
Exercitando minha consciência
E almejando amizades.
Reconheço a minha ignorância,
Para percorrer as distâncias,
E conhecer as entranhas
Desse globo iludido.
Para entender as artimanhas
Das manhãs cheias de manchas
E que logo se desmancham
Deixando o povo desiludido.